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Alain Robert, o mediático escalador urbano, esteve em Sintra no dia 24 de Novembro de 2001, pela mão de José Luís Carvalho, da 9A e sócio do GMES. Aproveitou-se a oportunidade para fazer uma espécie de inauguração
do re-equipamento do Penedo da Amizade, seguida de uma apresentação
de vídeos comentados em directo pela vedeta. Na qualidade de organizador do evento, encontrei-me com alguns membros do GMES, com o Zé Luís e com o próprio Alain Robert, por volta das 12:30h, no centro da vila velha de Sintra. Fizemos as apresentações, comemos qualquer coisa e subimos para o Penedo. Ao contrário do que imaginava, o relacionamento foi franco e muito amigável. Tive, desde o primeiro momento a sensação de estar perante um notável mito, actualmente fora de forma, e um pouco desconfortável com esse facto. Fez-se um pouco de boulder, algumas vias de aderência e muita conversa com um pequeno grupo de admiradores que se juntaram a nós. A particularidade da escalada neste penedo deu-nos oportunidade de ver cair um escalador conhecido por não usar corda. Só que desta vez estava encordado. Após um delicioso jantar no Alcobaça, perto da famosa Piriquita, seguimos para o Palácio de Valenças onde decorreria a apresentação de vídeos. O evento começou cerca de 30 minutos depois da hora marcada, com uma sala relativamente cheia. Coube ao Zé Luís o papel de apresentador do protagonista da noite. Seguiu-se um documentário sobre a história de Alain Robert, desde os primeiros tempos até à actualidade. O carácter "hors la loi" da maioria das suas escaladas arrancou à assistência sonoras gargalhadas cada vez que assistíamos a mais uma das suas hilariantes detenções. Houve, no entanto, momentos de pesado silêncio enquanto seguíamos boquiabertos a sua progressão, em solo integral, sobre estruturas de vidro e aço com centenas de metros de altura, ou no conjunto de cabos de aço que sustentam a Golden Gate em S. Francisco. A maioria dos presentes, deve ter passado o tempo a tentar em vão secar as palmas das mãos que não cessavam de humedecer-se.
No final deste filme, o público presente foi questionando Alain Robert, sobre múltiplos aspectos da sua carreira e vida pessoal, entre os quais, inevitavelmente, os projectos futuros. Soubemos então que Alain se enamorara das pontes de Lisboa e que o Zé Luís teve que lhe pendurar uma bigorna à cintura para conseguir mantê-lo no chão. Agradou-lhe particularmente "le pont rouge", mais conhecida por 25 de Abril. Alain Robert foi respondendo às perguntas, com poucos gestos, quase sempre de braços cruzados, com uma humildade que contrastava com a imagem alucinada que o filme transmitira. Pareceu-me sentir que se estava a desculpar de não ser neste momento o ídolo que alguns esperariam. No entanto, afirmou-se determinado a retomar as suas 2 ou 3 sessões diárias de treino, dia sim dia não para poder terminar em beleza uma carreira que já leva mais de 25 anos. O tradutor de serviço foi, uma vez mais o Zé Luís
Carvalho. O mínimo que se pode dizer é que fez um excelente
trabalho.
No final Alain mostrava-se fatigado, mas muito agradado com o inesperado interesse que a sua visita despertou. Estava uma noite fresca e fomos todos aquecer-nos na Tasca À Latina, entre cervejas, tostas de maçã, caipirinhas e Gin Tónico. Esperamos poder apreciar os seus dotes de Homem Aranha tão breve
quanto possível, nalguma construção aqui da zona.
Saberemos então se a polícia é tão carinhosa
quanto o foi a assistência deste evento. Texto: Zé Maria - zm@gmesintra.com |
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